quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ciclo de leituras

Então Tudor, paramentado com sua armadura, suas armas de guerreiro, sua capa e sua touca de cabeça de urso mágica, exausto após ter tomado a água do Rio do Esquecimento, adormeceu profundamente, sem perceber que ao seu redor todas as árvores e flores e frutos da floresta mudavam de lugar.

Por isso a floresta era chamada de Trilha da Perdição. Para sair de lá eram precisos vários dias, e era preciso dormir para descansar. Ficaria o jovem perdido eternamente entre as belas e mortais folhagens tropicais? Haveria uma saída? Ele voltaria a ver sua querida Bô-Bô e seu amado irmão Ishtar? Isso é o que veremos no próximo capítulo...

Não! Eu quero ouvir mais! Eu sei que você quer ouvir mais, mas agora é hora de dormir. Mas eu não estou com sono. Você precisa dormir para ficar forte de novo. Não quero! Dorme, filinho. Papai está cansado também. Mamãe já está dormindo. Amanhã o médico vem aqui e vai dizer se você já pode levantar e voltar a brincar na rua como os outros meninos, e mais tarde a tia Eulália, amiga do papai e da mamãe vem aqui com a Fauna e vamos jantar pato. Dorme que o tempo passa mais rápido. Vai ser um longo dia... Ta bom então (bocejo). Boa noite, papai... Amanhã me conta mais da história? Prometo. Vamos descobrir como Tudor conseguiu escapar da floresta terrível! Agora durma (beijinho). Prometo que quando estiver bom vamos acampar e jogar bete até o dia raiar.

Então o pequeno Zéfiro, sentindo o pulmão pesado como sempre e o coração leve como nunca, adormeceu com sua pedra verde da sorte entre os dedos. Mas sem que ele percebesse, todas as árvores ao seu redor também mudaram de lugar, e o mundo se transformou. Quando ele abriu os olhos, estava em uma terra distante e feliz, cheia de aventura, com outros meninos como ele, e até a pequena Bô-bô estava ao seu lado. Lá eles brincavam, se aventuravam e corriam por fontes e abismos. Todos os dias eram felizes como aniversários e ele nunca mais crescera.

9 comentários:

  1. eu amei.


    sorte e luz, e nunca beba da água do esquecimento, para que escreva sempre assim.

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  2. adoro a sutileza como vc trata de assuntos não tão leves assim...

    saudades da casa das mentiras...mas o bom filho a casa torna sempre...

    beijos

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  3. você está afiadíssimo!

    a-f-i-a-d-í-s-s-i-m-o, luis.

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  4. huahuhauhauhauau


    Não que seja novidade,
    mas gostei demais =D

    Never stop =D

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  5. Um conto doce! Saudades de ler suas mentiras! Parabéns Luiz!!!
    Conta mais??? Também não quero dormir!

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  6. Que bom que a gente pode mentir à vontade. É disso que a literatura se vale.
    Eliane F.C.Lima (Conto-gotas).

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  7. Quando poderei ler novas histórias suas sem ser no jornal?
    Alias, muito boa a matéria sobre as manifestações contra o Arruda. Eu li no trabalho.

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É isso aí, amigo, manda ver!