O amor, para ser amor de Brasília, amor mesmo, da Capital Federal, do Planalto Central, do Sonho de Dom Bosco, disso tudo (Dom Bosco não é um vinho barato?), tem que ser de altos e baixos, tem que ser chocante, de concreto, de linhas retas, de mármore e asfalto, e tem que ser alaranjado, bucólico, verde, de folhas secas, tem que ser seco, seco e frio, seco e quente, mas seco.Uma secura que cura. Ah, e tem que ser um lago inteiro. Para ser um amor de brasiliense, um amor de Brasília mesmo, tem que ser meio cerrado, meio UnB,meio Ceub, meio Parque da Cidade, meio Água Mineral. Amor, para ser amor mesmo, amor daqui, tem que ser Sul e Norte, tem que ser escrito com L, com W, com 3, com 2, com 508 Sul, com Gama, e enfeitado com cobogós e pilotis. Tem que ser crucificado em Eixos. Todo amor, que é amor que se preza, do Plano Piloto, da Libélula do Brasil, da capital da esperança, de vez em quando está voando, como os prédios do Niemeyer, como as paisagens de Lúcio Costa. Amor, para ser amor, tem que contar com poeta russo, com capital inicial e com uma colina. Nas horas mais punks, porque todo amor tem um momento punk, tem que ser aborto elétrico, tem que ter um pouco de detrito federal. Tudo isso. Tudo isso e mais um pouco. Amor que é amor tem uma ave branca, que em Tupi significa Tawa-tinga. É amor de invasão e é um poço azul, límpido, fresco. Amor, para ser amor de Brasília, tem que atingir de legião, tem que ligar as tripas e fazer poesia árabe no Beirute que chegue até o Líbano. Tem que ser de feiticeira louca. Amor é um pouco feliz, que nem o DI, e um pouco triste, que nemo o Polo de Cinema. Amor ceilandense, amor de núcleo e de candango, amor de águas claras, do Vicente com a Pires, do Eduardo com a Mônica, do Leo com a Bia, de várias formas, da Santa com a Maria, que vai até o entorno. Amor abrange tudo, que nem Brasília. Amor é isso e muito mais.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
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Caramba, de arrepiar, encher os olhos, transcerder perfume,de dar água na boca e soar notas musicais... Faz todos sentidos virem à tona! Beijo grande, filho amado!
ResponderEliminarAss.: Mauí
O amor de Brasília não acentua o r do verbo amar... enfatiza os ESSES. Bem sonoros.
ResponderEliminarAdorei!
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